quarta-feira, 28 de março de 2012

Série As PIORES e as MELHORES Entrevistas de Emprego de TODOS os Tempos

Sabe aquelas entrevistas feitas em hotéis??
Pois é... coisinha estranha isso... ainda não consegui entender como ainda tem pessoas que caem nesse conto do vigário.
Eles nunca dizem qual empresa, salário, nada... só que é para o setor de Marketing e Comercial.
Estranho... 
Mas como virei rata de entrevistas, resolvi ir em uma para ver o que rolava por lá.
Hotelzinho mixuruca no centro da cidade é sempre o ponto de encontro dessa galera que vai em peso.
Chegando lá, achei mais de 30 candidatas. Só mulheres!
Estranho... 
Conversa vai conversa vem, sempre tem uma que sabe mais que as outras. Já cheguei a saber nesses "encontros", informações até sobre as supostas empresas, que geralmente são multinacionais ou cruzeiros marítimos.
Sempre achei que multinacionais usassem recursos mais assertivos para seus recrutamentos. (¬¬)
Quando falam sobre salário umas dizem que é acima do mercado, outras dizem que não sabem e outras tiram não sei de onde que além do salário acima da média do mercado, existem benefícios que vão desde R$25,00 para almoço todos os dias até PPR mensal de 2% do faturamento bruto da empresa...
Bizarro...
Que empresa multinacional é essa que loca uma sala em um hotel pé sujo, praticamente rotativo que paga um salário de R$ 5.000,00 mais todos esses benefícios????
Sempre chego uns 15 minutos antes nas entrevistas, e isso sempre foi muito útil, pois quando começamos a conversar com outros candidatos sempre conseguimos bons contatos de agências, empregos que estão sendo publicados nas mídias, além de deixar sempre seu network atualizado.
Então foram os meus 15 minutos mais 2 horas de espera que me renderam, nada mais nada menos que 7 contatos telefônicos, um cliente para consultoria, uma receita de bolacha de chocolate outra de pavê de sorvete, três finais diferentes para a maldita Tereza Cristina, alguns conselhos para lidar com maridos e namorados e muitas piadas novas!
As meninas que iam saindo da sala de "entrevistas" tinham sempre alguma coisa diferente para dizer, o que significava que quem estava recrutando não tinha nenhum script ou ferramenta para seleção. (#FAIL)
Umas vinha dizendo que o cara era um grosso, outras que o cara nem olhou na cara, algumas que o cara disse que ela tinha passado para a segunda fase...
Esquisito...
Mas ninguém vinha com a resposta da pergunta que não queria calar... - Qual empresa está contratando?
Nobory knows!!
Duas horas e quinze minutos depois da minha chegada eu entrei em uma sala branca, com uma janela que dava para um estacionamento sujo e vazio, com uma mesa de plástico redonda e duas cadeiras de lata.
Em cima da mesa um notebook da Apple, um iPhone, uma chave de carro da Audi, uma caneta Mont Blanc, uma pilha de currículos, uma lata de Altoids, um copo, água mineral Perrier  e manteiga de cacau.
O cara era feio, não... feio não... feia sou eu quando acordo... O cara era lazarento de feio, gordo, com o rosto repleto de espinhas, um anel de outro que deveria ter quase um centímetro de largura e cravejado de diamantes, camisa da Tommy e um sapato que no mínimo deve ser italiano.
O cheiro da sala era uma mistura de baunilha e menta, menta por conta da Altoids que dança dentro da boca do cidadão e baunilha do perfume que vinha do cara... não consegui distinguir qual era.. mas era doce.
Pra completas, um óculos de sol Armani estava na sua cabeça quase careca e outro Armani de lentes corretivas na ponta do seu nariz...
Achando que estava intimidando ofereceu-me a cadeira desconfortável pra sentar e juro que achei que minha bunda não iria caber ali. Como de fato aconteceu!!!
Fez a primeira pergunta:
- Por que você respondeu o anúncio postado na mídia tal?
- Por que estou procurando uma nova colocação.
- Mas o que te chamou atenção?
- Nada.
Se ajeitou na cadeira e eu imóvel. Tentando me equilibrar nos pés pra não colocar meu peso na cadeira.
Olhou meu currículo. Olhou de novo. Virou a página. Voltou pra outra. 1 minuto se passou.
- Estou vendo aqui que você é muito qualificada, e é exatamente o que estamos procurando. Entraremos em contato ainda hoje para você voltar aqui amanhã e fazermos nova entrevista. Obrigada por ter vindo.
Estendeu a mão sem me olhar na cara, escreveu alguma coisa ilegível a olho nu atrás do meu currículo e pegou outro.
Quando eu virei de costas ouvi: - Pode mandar entrar a outra.
Se demorou 5 minutos foi muito. Ele demorou mais olhando meu currículo do que conversando ou olhando em meus olhos.
Saí e "mandei" entrar a seguinte.
Não consegui disfarçar minha indignação e disse para as 30 que ainda restavam: Se eu fosse vocês não me daria o trabalho de esperar.
Umas olharam pra mim com cara de poucas amigas e duas levantaram e saíram comigo.
Infelizmente não recebi nenhuma ligação naquele dia e acredito que ninguém ali recebeu também... Mas sabe-se lá... Vai que né...
Isso já faz algum tempo e o anúncio ainda continua a ser postado na mídia impressa.
Curiosidade é uma merda mesmo!

terça-feira, 27 de março de 2012

Série As PIORES e as MELHORES Entrevistas de Emprego de TODOS os Tempos

Estou há um bom tempo em busca constante por uma nova colocação, que realmente valha a pena para fechar por um longo período com chave de ouro, a minha carreira em Gestão de Pessoas, e nessa jornada, me deparei com inúmeras entrevistas que vão da classificação -10 a 4. Sim, no "pau da goiaba" dou 4 pra uma que fui para gerente de rede de restaurante que me custou 75 minutos de uma tarde chuvosa. Cheguei como sempre com uma certa folga no horário e esperei mais 15. Minha tranquilidade peculiar me ajuda nesses momentos!
O prédio era velho, com um cheiro estranho e qualquer som ecoava pelo ambiente todo. A sala do dono da empresa era a uma mistura de biblioteca de casarão antigo com temática eqüina e escritório de casa de tolerância dos anos 30.
Caixas se misturavam com quadros e esculturas de cavalos por todo o ambiente. Os móveis eram entalhados a mão e cheiravam a mofo e coisa velha. A mesa devia ter quase 3 metros de comprimento e estava abarrotada de entulho, sim, porque ali de material de escritório deveria ter um pote de tinteiro, um mata borrão em madeira e madre pérola, um risque e rabisque em couro craquelado escuro com potes combinando e papel, muito papel, mas muito papel mesmo.
Na mesa de reunião redonda estava o notebook, um vaso de cristal com mais ou menos 5o centímetros de altura com algumas flores de plástico cheias de pó e teias de aranha, um cinzeiro de vidro com emblema de um fornecedor de laticínios e um centro de mesa em crochê vermelho com o fio puxado. Sentei em uma das 4 cadeiras de assento de veludo verde musgo e sinceramente achei que minha calça iria ficar com todos aqueles pelos estranhos que estavam em cima dela, além do cheiro de cachorro molhado que quando eu sentei, subiu até meu nariz.
Um baixinho desprovido de cabelo e com um péssimo gosto pra gravata sentou na minha frente e disse, depois de 3 minutos em completo silêncio olhando pra minha cara:
- Me conte de você.
Ok, vamos lá então. 
Comecei meu sucinto histórico comercial sem interrupções com o discurso de sempre. Não devo ter demorado 5 minutos falando e ao final perguntei o que mais ele gostaria de saber e se eu tinha sido clara na minha explanação. 
Mais 3 minutos de olho no olho.
Tava ficando estranho.
Será que levanto e vou embora?
Será que fico e pago pra ver qual era?
Não tinha noção do que fazer, então decidi largar a bolsa no chão, me curvar pra frente, cruzar os dedos em cima da mesa, olhar bem dentro dos olhos azuis do baixinho e dizer: Vamos ver quem pisca primeiro?
O cara olhou com cara de paisagem pra mim e disse: - Essa foi a primeira vez que alguém disse alguma coisa antes de mim. Gostei da sua atitude. Vamos então começar a nossa entrevista.
Tive que rir!
A partir dali foram quase 60 minutos de conversa sem pausa, com altos e baixos, discussões sobre metodologias de gestão, política, decoração, mais metodologia de gestão, faturamento, indicadores, rotinas, ambições, sexo, particularidades e muitas conclusões.
No dia seguinte ele me ligou dizendo que queria que eu começasse na próxima quinta.
Declinei!
O salário era péssimo, mas algo me dizia que aquela parceria não daria certo.
Não existe jeito certo ou errado de direcionar uma entrevista, mas certamente existem meios muito mais eficazes e coesos de se discutir determinados assuntos do que como foi encaminha a de nota 4, que ganhou isso por ter sido tão surreal e fora do contexto.